Mercado de multipropriedade imobiliária cresce 30% nos últimos cinco anos
De acordo com o relatório “Cenário do Desenvolvimento de Multipropriedades no Brasil 2022”, da Caio Calfat Real Estate Consulting, o mercado de multipropriedade cresceu 30% nos últimos 5 anos, atingindo um VGV (Valor Geral de Vendas) de R$ 28 bilhões e 128 empreendimentos lançados, em construção ou já em operação.
O controle da pandemia da Covid-19 impulsionou o segmento de multipropriedade no segundo semestre de 2021 e início de 2022, apesar do momento delicado da economia brasileira. Foram 28 novos empreendimentos lançados no período, contabilizando cerca de R$ 12,9 bilhões em VGV, atingindo um total de R$ 41,2 bilhões em VGV e 156 multipropriedades.
Multipropriedade e imóveis de alto padrão: um formato mais acessível de tornar-se proprietário
A expansão do modelo multipropriedade encontra-se em evidência, em partes, devido ao mercado de luxo estar aquecido. De acordo com uma nova pesquisa da Brain Inteligência Estratégica, nos primeiros meses de 2021, foram 434 unidades lançadas nos padrões Luxo e Super Luxo – que possuem ticket médio (preço privativo) de R$ 1 milhão a R$ 2 milhões, e acima de R$ 2 milhões, respectivamente. Já neste ano, ocorreu o lançamento de 521 unidades, uma variação de 20%.
Segundo Luciano Dutra, sócio do Gran Paradiso Campos do Jordão Resort, que funciona em regime de multipropriedade, de fato, trata-se de um modelo que promete forte expansão nacional. “O modelo já foi adotado no mundo inteiro como economia colaborativa. Nesse tipo de negócio, é possível adquirir a quantidade que se utiliza de ocupação, evitando desperdício, tendo em vista que todos os custos como condomínios, impostos e o valor do próprio bem, será pago somente de forma proporcional à quantidade do seu uso”.
“Entre os pontos mais importantes do modelo multipropriedade está a possibilidade de baixar, o investimento no imóvel, em comparação com a aquisição de um imóvel de forma comum, tendo em vista que haverão outros proprietários”, explica Dutra. “Se um imóvel, por exemplo, custa em torno de R$ 3 milhões, com o regime de multipropriedade, além da possibilidade de adquirir uma fração do imóvel, é possível dividir os custos de despesas ordinárias e extraordinárias com outros proprietários”, complementa.
Ainda de acordo com dados do relatório, a multipropriedade no Brasil tem mirado destinos turísticos fora do eixo Rio-São Paulo, com opções mais concentradas em regiões de serra, no interior e balneários. “Estamos falando de regiões aconchegantes e que estão fortemente conectadas com o viés turístico, o que acaba atraindo um público maior, que compartilha do mesmo desejo de se afastar um pouco das grandes metrópoles, e deseja desfrutar dos benefícios que a multipropriedade oferece”, finaliza o empresário.