Estudo mostra habilidades mais buscadas por empresas brasileiras
Persuasão e negociação, pensamento analítico e inovação, liderança, programação. Essas são as quatro habilidades mais citadas por empresas na busca por candidatos para as vagas oferecidas no Brasil, segundo levantamento da consultoria em inteligência artificial Cortex. O estudo foi baseado na análise feita no mês de agosto de mais de 740 mil oportunidades de emprego abertas nos principais portais de vagas brasileiros.
As habilidades citadas fazem parte da lista de 15 itens em alta no mercado de trabalho até 2025, desenvolvida pelo Fórum Econômico Mundial. Além das quatro primeiras habilidades, também foram citadas nas vagas pesquisadas: resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade (5º lugar); criatividade (6º); raciocínio lógico (7º); experiência do usuário (8º); resolução de problemas (9º) e ser orientado a servir o cliente (10º).
A maior parte dessas habilidades são usadas por um tipo de profissional ainda pouco conhecido no Brasil, mas que vem ganhando espaço nas empresas brasileiras. É o gestor de Facilities, também conhecido como Facility Manager, responsável por gerenciar o funcionamento de toda estrutura física de uma organização. “Costumo fazer um ‘trocadilho’ com o corpo humano, em que sempre digo que o departamento de Facilities dentro de uma organização é o esqueleto e a área de Tecnologia da Informação é o cérebro, sendo que os demais departamentos são os órgãos”, explica o especialista em Engenharia de Manutenção Adilson Ramos da Silva, que atua como Facility Manager.
Ele esclarece que o profissional dessa área precisa conhecer todos os processos da empresa, de forma que possa auxiliar para o funcionamento deles, permitindo que cada departamento tenha toda estrutura para cumprir suas respectivas tarefas. “Este profissional tem muitas atribuições, dentre as quais posso destacar a responsabilidade por gerenciar diversas atividades dentro da empresa como, por exemplo, segurança, limpeza, equipamentos, infraestrutura, tecnologias em automação, dados e imagens”, destaca o profissional.
Silva explica ainda que para atuar na área de Facilities, o aspirante ao cargo precisa se atualizar na área de Tecnologia, conhecer modelos de otimização de processos e estar atualizado quanto aos critérios ambientais, sociais e de governança corporativa (ESG, na sigla em inglês) tão cobrados das empresas atualmente.
“No Brasil já temos algumas instituições renomadas, dando a atenção e criando cursos para este profissional, que deve buscar o aprimoramento constante. Atualmente, muitos profissionais que estão na área de Facilities possuem formação voltada para engenharias diversas e administração. Para quem começar, esse é um caminho”, explica ele, que tem nove anos de experiência na área e tem formação em Gestão Estratégica de Negócios.
Maior parte das empresas que estavam contratando no mês de agosto eram de porte micro
Segundo o levantamento realizado pela Cortex, a maior parte das organizações que estavam oferecendo vagas no mês de agosto eram microempresas, responsáveis por 60% das oportunidades divulgadas. As de porte pequeno e grande representavam 16%, cada uma, das vagas. Já as de porte médio ofereceram 7% das vagas de trabalho.
Outro dado do levantamento mostrou que das 746 mil oportunidades oferecidas em todo Brasil, 5% eram vagas confidenciais, 4% eram para pessoas com deficiência e 8% para trabalhar em home office. No ranking de cidades que mais ofereceram vagas, estavam: São Paulo (1º), Rio de Janeiro (2º), Belo Horizonte (3º), Curitiba (4º), Porto Alegre (5º), Brasília (6º), Goiânia (7º), Barueri (8º) e Campinas (9º).
Entre as oportunidades de trabalho, 58% delas ofereciam salários menores que R$ 2 mil e apenas 2% ofereciam remuneração maior que R$ 20 mil. Entre as 10 áreas com mais vagas abertas estavam: Serviços (24,5 mil postos), Varejo (19,1 mil), Indústria (9,4 mil), Tecnologia da Informação (5,3 mil), Educação (4,5 mil), Construção (3,8 mil), Financeiro (3,8 mi,), Saúde (3,6 mil), Alimentação (3,5 mil) e Logística (2,8 mil).
Segundo a Cortex, na análise de tendência das empresas contratantes, considerando o histórico de total de funcionários e suas filiais, observou-se que 50% delas estão em crescimento, 30% estão em declínio e 20% estão em situação estável no mercado.