Apagão em São Paulo: Entenda todas as camadas desta crise
O Começo do Apagão
Em 11 de agosto de 2024, um forte temporal, acompanhado de vendaval, atingiu a Grande São Paulo. Como resultado, mais de 2,1 milhões de residências enfrentaram um apagão. A capital, que concentra a maior parte das interrupções, viu 354 mil imóveis sem eletricidade logo após a tempestade. Além da cidade, regiões como Cotia, Taboão da Serra e São Bernardo do Campo também enfrentaram sérios problemas, somando 537 mil imóveis sem luz. Embora 1,5 milhão de residências já tenha tido o fornecimento restabelecido, muitos moradores continuam sem energia, o que gera descontentamento e dificuldades no dia a dia.
Durante a Crise
Nos dias seguintes, a situação se agravou, com relatos de moradores enfrentando longos períodos sem eletricidade. Entre eles, Leandro Siqueira, da Vila Prel, que já havia vivido uma experiência similar em um apagão anterior. As tentativas de contato com a Enel, concessionária responsável pela energia, resultaram em frustrações, pois muitos clientes não receberam previsões de restabelecimento.
Em meio a essa crise, a Aneel criticou a resposta da Enel e intimou a empresa, considerando-a “abaixo do esperado”. As dificuldades para realizar os reparos tornaram-se evidentes, especialmente pela necessidade de trocar postes e equipamentos, um processo complexo que atrasou a normalização do serviço.
Consequências
O impacto do apagão levou ao aumento do número de fatalidades, incluindo mortes trágicas em diversas regiões, como Campo Limpo e Bauru, o que ressaltou a gravidade da situação.
Nesse contexto, especialistas e cidadãos apontam a falência do modelo de privatização do setor elétrico no Brasil, questionando a eficácia da Enel e a falta de planejamento da prefeitura. A falta de coordenação entre as entidades envolvidas, como a concessionária e a administração municipal, destacou-se como um dos principais fatores que contribuíram para a demora no restabelecimento da energia. Portanto, a necessidade de uma abordagem integrada e investimentos em infraestrutura, como o enterramento da rede elétrica, surgem como soluções para evitar novas crises no futuro.