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Bits no prato? Tecnologia digital chega à alimentação

No Brasil, o perfil das grandes feiras dedicadas ao setor agrícola mostra como as fazendas estão cada vez mais tecnológicas. Para além de máquinas colheitadeiras com sistemas de automação, essas exposições têm espaço para drones (monitoramento e polinização), softwares de controle e predição da produção, sistemas de geração de energia, geolocalização de rebanhos e muitas outras possibilidades e aplicações.

Esse olhar permeia a Agrishow, relevante evento do setor. Para a edição 2023, a organização da feira já anuncia o slogan “Conectando pessoas e tecnologias”. Entre os temas escolhidos para classificar os expositores, chama a atenção a “Agricultura de precisão”, com a imagem de um drone. Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o termo se refere a todo sistema de gerenciamento com emprego de tecnologia para proporcionar maior controle sobre todo o processo produtivo, visando eficiência, lucratividade e sustentabilidade.

Na última edição da Bahia Farm Show, realizada em maio, os organizadores do evento decidiram promover o debate “Os desafios do agro na era digital”. Entre os palestrantes, a falta de conectividade foi a principal limitação apontada para a disseminação da tecnologia no campo. Dificuldade de acesso à informação e transferência de tecnologia também foram relacionadas.

O setor agrícola brasileiro debate o futuro da produção de alimentos com a introdução de tecnologias que possam aumentar a produtividade por hectare, diminuir passivos ambientais e reduzir custos. Ou seja, alcançadas essas três metas, as previsões de crises globais de alimentos podem ser descartadas, inclusive com o ganho de preservação dos recursos naturais, especialmente a água.

O emprego de drones com sensores capazes de aferir a umidade do solo, metro a metro, e direcionar a quantidade certa de água para cada palmo da lavoura é um dos exemplos de possibilidades transformadoras. Essa perspectiva de avanço justifica cada centavo investido para superar as dificuldades de conexão citadas como obstáculo para a disseminação de tecnologias digitais na agroindústria nacional.

O plano de expansão das redes de internet móvel 5G, resultado dos leilões de concessão realizados há alguns meses, pode ser a resposta para o problema de conectividade. Reforçar a atuação da Embrapa como hub de pesquisa e transferência de tecnologia é uma alternativa interessante e tangível.

O agronegócio brasileiro responde, segundo números do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), por 27,4% no PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro (2021), alcançando quase R$ 2 trilhões em riquezas produzidas. O impacto positivo de novas tecnologias é algo que se espera no dia a dia das cidades. Assim, é possível ter a mesma expectativa e resultados positivos em aplicações agrícolas: as fazendas estão cada vez mais avançadas.