Customize Consent Preferences

We use cookies to help you navigate efficiently and perform certain functions. You will find detailed information about all cookies under each consent category below.

The cookies that are categorized as "Necessary" are stored on your browser as they are essential for enabling the basic functionalities of the site. ... 

Always Active

Necessary cookies are required to enable the basic features of this site, such as providing secure log-in or adjusting your consent preferences. These cookies do not store any personally identifiable data.

No cookies to display.

Functional cookies help perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collecting feedback, and other third-party features.

No cookies to display.

Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics such as the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.

No cookies to display.

Performance cookies are used to understand and analyze the key performance indexes of the website which helps in delivering a better user experience for the visitors.

No cookies to display.

Advertisement cookies are used to provide visitors with customized advertisements based on the pages you visited previously and to analyze the effectiveness of the ad campaigns.

No cookies to display.

Notícias Corporativas

Mulheres não denunciam agressor por dependência financeira

Cerca de 46% das mulheres não denunciam seu agressor para as autoridades por depender financeiramente dele. A informação é da mais recente pesquisa de opinião sobre violência doméstica promovida pelo Observatório da Mulher contra a Violência em parceria com o instituto Datasenado. O motivo é o segundo no ranking, perdendo apenas para “medo do agressor”, que corresponde a 75% das respostas. 

Em novembro deste ano, durante seminário dedicado ao tema, na Câmara dos Deputados, muitas especialistas ouvidas trouxeram a pauta para discussão. As parlamentares afirmaram que a autonomia econômica feminina seria um dos caminhos para combater a violência doméstica. Ao mesmo tempo, a informalidade é maior entre as mulheres, sendo preciso defender frequentemente as políticas públicas estatais para incentivar a inserção e permanência das mulheres no mercado de trabalho. 

Para a advogada Andressa Gnann, mentora de Mães Empreendedoras e especialista em Direito de Família para Mulheres, ainda existe a problemática de que uma parcela renuncia à carreira para poder ficar com os filhos, dificultando ainda mais a independência financeira. “O trabalho doméstico e a maternidade não são valorizados pelas pessoas e pelas empresas. É difícil para uma mãe retornar ao mercado de trabalho com um salário minimamente razoável, pois ficou anos fora e se dedicou aos filhos e ao lar”, comenta.

Estudos do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) já confirmaram essa tendência, onde mulheres ficam mais envolvidas com atividades domésticas ou com cuidados com filhos e isso resulta na falta de tempo para gerir a sua vida profissional. 

“A mãe pode sim continuar em casa com os filhos, mas é necessário profissionalizar o seu trabalho, a ponto de não precisar ser dependente do homem”, salienta Andressa. “Isso pode dar segurança para a mulher se posicionar e evitar a violência de qualquer gênero e, caso ocorra, ter condições de buscar apoio psicológico e jurídico”, complementa. 

A percepção nacional sobre a diferença entre os gêneros também é alarmante. Ainda segundo a pesquisa do DataSenado, para 71% das mulheres entrevistadas o Brasil é um país muito machista. “O estereótipo e a cultura patriarcal faz com que a mulher permaneça em casa e o homem é quem sustenta a família. A diferença é que o mundo mudou e, hoje em dia, existem cada vez mais divórcios”, analisa a especialista.

Empreendedorismo feminino pode ajudar a quebrar esse ciclo

Segundo informações do relatório Global Gender Gap Report 2022, do Fórum Econômico Mundial, a participação de mulheres no mercado empreendedor cresceu progressivamente durante os anos da pandemia: somente no Brasil houve um aumento de 41%. Entre os fatores que mais colaboraram para isso estão, justamente, a dupla responsabilidade de trabalhar e cuidar da casa e/ou família. Esse fato fez com que as mulheres buscassem maior flexibilidade profissional do que a oferecida pelos empregadores, de acordo com o estudo. 

“Algumas mulheres acabam vendendo informalmente produtos ou serviços (cosméticos, roupas, lingerie, semijoias, artesanato e etc.). Porém, a falta de estrutura e formalização, dificulta que a mulher tenha uma renda razoável e consiga enxergar um futuro próspero”, explica a advogada e mentora de mães empreendedoras. 

De fato, o Brasil registrou, no terceiro trimestre de 2022, mais de 39 milhões de pessoas trabalhando informalmente, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. “A formalização do negócio pode trazer benefícios para a autoestima da mulher e deixá-la livre para que tenha condições de tomar as melhores decisões, principalmente no que diz respeito a ceder e permanecer em relacionamentos abusivos”, finaliza Andressa Gnann.