Projeto Chef Aprendiz capacitará 60 jovens até junho de 2023
A falta de ocupação remunerada é um medo que assola a população. No primeiro trimestre de 2022, a taxa total de desemprego no país ficou em 11,1%, atingindo 11,949 milhões de brasileiros, segundo o IBGE. E para quem está iniciando a sua busca no mercado de trabalho, pode ser ainda mais difícil. Outra pesquisa do IBGE comprova que a taxa de desocupação entre os jovens de 18 a 24 anos chegou a 30% no quarto trimestre de 2021. Para conseguir uma chance, esses jovens precisam de uma oportunidade, e o Chef Aprendiz pode ser uma possibilidade. Até junho de 2023 serão realizadas três edições do projeto que fazem parte do Plano Anual desenvolvido pelo Fadaris – Instituto de Desenvolvimento, Educação e Cidadania, que recebe o patrocínio via lei de incentivo ProAC ICMS.
O Chef Aprendiz é um projeto de desenvolvimento humano que usa a gastronomia como principal ferramenta para a inserção de jovens em situação de vulnerabilidade social no mercado de trabalho para jovens em situação de vulnerabilidade social. Com o patrocínio da Comgás, Tirolez, Wickbold e Kikkoman, o projeto pretende formar mais 60 jovens até junho de 2023. Fundado em 2015, a iniciativa promove ciclo de oficinas com atividades voltadas para habilidades socioemocionais, trabalho em equipe, introdução ao universo da gastronomia, técnicas culinárias e mercado de trabalho. Dos 136 jovens que participaram do projeto, 43% estão trabalhando na área gastronômica; 24% estão atuando em outras áreas e 7% conta com o apoio do projeto para se recolocar no mercado.
“Muito além de ensinar as técnicas de gastronomia, buscamos desenvolver emocionalmente e empoderar esse jovem para o mercado de trabalho e para a vida”, explica a fundadora do Chef Aprendiz, Beatriz Mansberger.
Segundo dados do CNDL/SPC Brasil (12/03/2020) mostram que cerca de 78% dos jovens não estão fazendo nenhum tipo de curso para conseguir oportunidades de trabalho melhores. Sabendo disso, Beatriz complementa: “É por isso que o projeto oferece, além da capacitação, o trabalho de escuta e acolhimento. Através desse contato conseguimos enxergar o que pode estar impedindo aquele jovem de alcançar seus objetivos. Ele precisa entender que a capacitação é importante e que ele é capaz”.
Uma edição conta com aproximadamente 40 oficinas e no final, chefs e donos de estabelecimentos parceiros são convidados para participarem como jurados, com a intenção de contratarem a turma em formação.
“Essa é uma etapa em que eles podem mostrar o que aprenderam, colocar todo o seu talento à prova, reforçando o empoderamento, empatia, sentimento de pertencimento a esse novo mundo, onde eles poderão ingressar em uma carreira que pode auxiliá-los. Esse é o apoio que oferecemos para que eles tenham confiança neles mesmos e apostem em outras etapas, quem sabe novos cursos de aperfeiçoamento”, completa Beatriz.
Foi o que aconteceu com o Lucas Silva Brito, que participou da 1ª edição do projeto, realizada em Paraisópolis. Lucas é formado em gastronomia pela Anhembi Morumbi e trabalha no ramo há 7 anos. Com passagens por restaurantes de comida italiana, francesa e espanhola, possui experiência na culinária clássica e contemporânea. Hoje, Lucas divide o seu tempo entre a cozinha do Palácio Tangará, e os bastidores do projeto Chef Aprendiz, auxiliando em toda a organização e preparo das oficinas e eventos.
Outra história interessante é a da Amanda Caroline, que participou da edição Valo Velho, e coleciona passagens por empresas de panificação, indústria de alimentos, além de ter criado sua própria marca de doces. Sempre se interessou pela parte administrativa, e sabendo disso, a Emy, coordenadora de operações do projeto, a convidou para fazer parte do time e hoje ela trabalha no auxílio das atividades nas comunidades.