Serviço de promotora de crédito avança com expansão do consignado
Desde que passou a ser operado no Brasil, em 2004, o empréstimo consignado – com pagamento indireto, cujas parcelas são deduzidas diretamente da folha de pagamento ou benefício – experimentou uma rápida aceleração, sobretudo para beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), como aposentados e pensionistas. Segundo dados do Banco Central (BC), o volume do crédito consignado bateu recorde em 2021 e chegou a R$ 513,5 bilhões contratados em dezembro – o maior valor já registrado.
Ainda de acordo com o BC, a soma total de dezembro aumentou 14% em relação a igual período do ano precedente, quando havia R$ 439 bilhões. Já a alta acumulada dos últimos 12 meses foi de 17%, em um total de R$ 5,7 trilhões. Para o futuro, as perspectivas são positivas, já que a MP (Medida Provisória) 1.106, assinada em março, liberou o acesso de beneficiários do BPC/LOAS (Benefício de Prestação Continuada/Lei Orgânica de Assistência Social) a empréstimos consignados.
O crédito consignado segue um limite de juros estabelecido pelo governo. Em dezembro do último ano, a taxa máxima passou de 1,80% por mês para 2,14%. Segundo determinação federal, o número de parcelas para segurados do INSS não deve passar de 84 meses.
Neste panorama, um segmento tem se desenvolvido nos últimos anos: as promotoras de crédito. É o que afirma Jefferson Alves Paixão, superintendente da Maximize Negócios, empresa que atua no mercado de crédito consignado.
Ele explica que as promotoras de crédito são empresas responsáveis pelas entregas de produção dos agentes de crédito e correspondentes bancários para a instituição financeira que concede o crédito. “Essa empresa é cadastrada diretamente na instituição financeira e é responsável pelo repasse de comissões, entrega de material de apoio e suporte operacional aos promotores”.
Segundo Paixão, o diferencial da promotora de crédito é o apoio e oportunidade de dados para quem precisa vender o crédito e não tem relação suficiente com os bancos para solicitar os valores de crédito. “A promotora atua como uma ponte entre quem quer vender o crédito e a instituição que pode disponibilizar para o consumidor final. É uma abertura de portas para várias pessoas que pensam em vender qualquer tipo de crédito – mesmo os que, muitas vezes, são focados em consórcio ou consignado”, acrescenta
De acordo com o superintendente da Maximize Negócios, o mercado de crédito está em alta, principalmente em se tratando do consignado, onde as espécies 87 e 88 estão consignáveis e o aumento de 5% da margem faz esse negócio ser rentável e assertivo.
O aumento de 5% da margem a que o superintendente se refere foi concedido aos beneficiários do INSS através da MP (Medida Provisória) 1106, também em março. No dia 28, a IN (Instrução Normativa) 131/2022 foi publicada no DOU (Diário Oficial da União), o que deu aval para que a margem tivesse validade e começasse a vigorar.
Com a autorização do INSS, por meio da Dataprev, os bancos já podem elevar o percentual liberado aos segurados. A ampliação promulgada foi de 35% para 40% para empréstimo consignado e de 5% para cartão de crédito.
”A curto prazo, essa é uma oportunidade e tanto, já que várias pessoas das novas espécies que nunca fizeram crédito consignado estão abertas a fazer. A médio prazo, com a medida definitiva dos 5% de margem, a perspectiva de crescimento parece ainda maior”, afirma.
Para Paixão, o momento do boom está acontecendo agora. “Quem entrar para o setor neste momento, vai ser quem mais vai lucrar. O mercado é muito volátil e, por isso, sempre é bom aproveitar as oportunidades, pelo fato de não sabermos a duração exata do boom”, articula.
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