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Exoesqueleto brasileiro reduz em até 60% risco de lesões de trabalhadores

Startup curitibana desenvolve e fabrica exoesqueletos para área ocupacional, evitando lesões, afastamentos e aumentando a produtividade

 

Uma startup brasileira, sediada em Curitiba, desenvolve e fabrica exoesqueletos que são utilizados na área ocupacional, reduzindo em até 60% o risco de lesões nos ambientes de trabalho. Com tecnologia 100% nacional, os equipamentos da Exy Exoesqueletos beneficiam os profissionais que realizam atividades repetitivas, precisam carregar materiais pesados ou ainda que estejam sujeitos a riscos ergonômicos.

Os exoesqueletos, equipamentos que proporcionam sustentação ao corpo, ficaram conhecidos do grande público em 2014, na abertura da Copa do Mundo de Futebol no Brasil. Na oportunidade, um jovem paraplégico deu o “ponta pé inicial” na bola, simbolizando o início do evento. Neste ano, esses equipamentos voltaram aos holofotes quando a senadora Mara Gabrilli, que ficou tetraplégica após um acidente de automóvel, divulgou um vídeo caminhando com o auxílio de um exoesqueleto comercializado nos Estados Unidos.

Mas o que muitos não sabem é que os exoesqueletos não se restringem à área da saúde, para a reabilitação de pacientes que tiveram a sua mobilidade reduzida. Eles também são utilizados na área ocupacional, preservando a saúde e proporcionando qualidade de vida aos trabalhadores. Além disso, ao evitar acidentes e afastamentos, os exoesqueletos auxiliam no aumento de produtividade das empresas.

A startup curitibana Exy Exoesqueletos é a única no Brasil a desenvolver e fabricar esses equipamentos para uso no ambiente de trabalho. O CEO da empresa, Alfredo Marczynski, explica que ao dar sustentação ao corpo, os exoesqueletos diminuem o esforço muscular e evitam a sobrecarga sobre os trabalhadores. “Em determinadas atividades, é comum que os profissionais precisem levantar ou carregar materiais pesados por longos períodos, sobrecarregando suas costas e ombros principalmente. Com a utilização dos exoesqueletos, o impacto ao corpo dos trabalhadores é reduzido significativamente, evitando-se lesões e as doenças ocupacionais”, disse.

Maior causa de afastamentos

As lesões e doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo (incluindo tendinites e dores musculares) foram, respectivamente, a primeira e a segunda maior causa de afastamentos pelo INSS em 2022, segundo levantamento da B2P, consultoria especializada no acompanhamento e gestão de funcionários afastados. Além disso, conforme dados do Observatório de Saúde e Segurança do Ministério Público do Trabalho, no período de 2012 a 2023, o país gastou R$ 139,7 bilhões com afastamentos. O sócio-fundador da Exy, Rafael de Tarso Schroeder, destaca que os exoesqueletos são uma alternativa para resolução desse problema. “O afastamento por acidentes e doenças osteomusculares é bastante frequente. Além dos incalculáveis prejuízos sociais e familiares ao profissional afastado, há também o impacto econômico sobre o sistema de saúde e de seguridade social”, lembrou.

Ele cita que as empresas também são diretamente impactadas com a perda de produtividade relacionada aos afastamentos. “Dessa forma, a utilização dos exoesqueletos, com a redução de acidentes e doenças osteomusculares, implica benefícios a todos: ao trabalhador, ao empresário e ao sistema de saúde e seguridade social”, completa Schroeder.

A Exy Exoesqueletos comercializa dois produtos: Exy One (exoesqueletos para membros superiores) e Back Lite (exovestível com proteção à região lombar). O Exy One auxilia o levantamento e a sustentação de braços, proporcionando alívio de até 5 kg por braço. Com a utilização do equipamento, a redução do esforço muscular é de até 47%. Já o Back Lite reduz em até 60% o risco de lesões na lombar. O equipamento proporciona alívio de 18 a 28 kg, por meio de um sistema biodinâmico que acumula a energia proveniente da flexão da coluna ou das pernas do usuário em cintas elásticas, diminuindo o esforço realizado. O exovestível também é confeccionado em tecido antibactericida, possibilitando a utilização por setores que demandam essa especificidade. Os equipamentos da Exy não necessitam de baterias ou eletricidade.

Atualmente, os equipamentos fabricados pela startup são utilizados por mais de 30 empresas de setores diversos, como a indústria metalmecânica, automotiva, construção civil e logística. Também há potencial para utilização no agronegócio, no ramo têxtil e até na área da saúde, por médicos cirurgiões e dentistas. Além do Brasil, a Exy fornece seus equipamentos a empresas do Chile e Argentina e está em processo de expansão das suas operações para Portugal.

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