HEF alerta para o aumento de casos de dengue em Formosa
Com 449 atendimentos até fevereiro, unidade reforça cuidados para grupos vulneráveis e a importância da prevenção
O Hospital Estadual de Formosa (HEF), unidade do governo de Goiás, alerta a população sobre
o aumento expressivo dos casos de dengue na região. De janeiro até o dia 16 de fevereiro,
foram registrados 449 atendimentos, sendo 259 em janeiro e 190 nos primeiros dias de
fevereiro. Nesse período, foram realizadas 18 internações em enfermarias e 5 na Unidade de
Terapia Intensiva (UTI). Considerando este quadro, 17 pacientes receberam alta após a
melhora clínica. Diariamente, a unidade atende cerca de 10 a 22 pacientes com suspeita de
dengue, demonstrando a necessidade de atenção redobrada por parte da população.

A dengue afeta pessoas de todas as idades, mas há grupos específicos que exigem atenção
especial devido ao risco elevado de complicações. Os sintomas podem variar de leves a
graves e incluem febre alta, dores musculares e articulares intensas, dor de cabeça, dor
atrás dos olhos, erupções cutâneas e fadiga extrema. Em alguns casos, a doença pode evoluir
para um quadro mais severo, com manifestações hemorrágicas, insuficiência de órgãos e
choque, exigindo atendimento médico imediato.
Pessoas com doenças preexistentes, gestantes, lactantes, crianças de até dois anos e idosos
são os mais vulneráveis às formas graves da doença. Entre os idosos, o risco é ainda maior
devido à imunidade comprometida, à maior prevalência de doenças crônicas e à menor
capacidade de recuperação.
A enfermeira Karolina Reis, coordenadora do Núcleo Hospitalar Epidemiológico (NHE),
ressalta que essa faixa etária apresenta maior probabilidade de hospitalização e maior taxa
de mortalidade em comparação com outros grupos. “Os idosos frequentemente convivem com
doenças crônicas associadas, o que aumenta a suscetibilidade à desidratação. Por isso, a
hidratação adequada é essencial para o sucesso do tratamento e deve ser monitorada pelos
familiares. Além disso, é fundamental estar atento aos sinais de alerta no início dos
sintomas, que exigem atendimento emergencial para um melhor manejo da doença”, orienta
Karolina.
Crianças e gestantes
Em crianças menores de dois anos, os sintomas podem ser mais difíceis de identificar, pois
muitas vezes não conseguem expressar claramente o que sentem. Além disso, os sinais da
dengue podem ser semelhantes aos de outras doenças comuns na infância, dificultando o
diagnóstico. Dores intensas, irritabilidade, choro constante, vômitos persistentes e
sangramentos de mucosas são indícios de uma possível evolução para um quadro grave. Diante
desses sintomas, a busca por atendimento médico imediato é essencial.
No caso das gestantes, a imunidade naturalmente reduzida durante a gestação aumenta o risco
de complicações. O diagnóstico pode ser dificultado, pois alguns sintomas da dengue podem
ser confundidos com manifestações típicas da gravidez, como tontura e sangramentos leves. O
maior risco está nos casos em que a doença evolui para a forma hemorrágica, podendo levar a
deslocamento de placenta, hemorragias graves e risco de aborto nos primeiros meses ou parto
prematuro no fim da gestação.
Para o médico coordenador do Pronto-socorro, Dr. Wanderson Sant’Ana, a dengue representa um
risco significativo para as gestantes. “Nos casos em que a dengue evolui para a forma
hemorrágica, o número de plaquetas da gestante diminui, e os riscos de hemorragia aumentam.
Esse quadro pode provocar deslocamento de placenta e hemorragias que, se não controladas,
podem levar à interrupção da gravidez. O início e o fim da gestação são os momentos mais
críticos, pois os riscos de aborto e parto prematuro são elevados.”
Prevenção
A prevenção é essencial para conter o avanço da dengue. Medidas simples, como o uso de
repelentes, instalação de telas em portas e janelas e o uso de roupas que cubram a maior
parte do corpo, podem reduzir o risco de picadas do mosquito. No entanto, a principal forma
de combate é a eliminação dos criadouros do Aedes aegypti, evitando o acúmulo de água
parada em recipientes e limpando frequentemente locais propícios para a proliferação do
vetor.
Para Bruna Mundim, diretora do HEF, a importância da conscientização e do engajamento da
população para reduzir os casos da doença faz total diferença. “Nosso trabalho não se
resume apenas ao tratamento das doenças, mas também inclui a promoção da saúde e a
prevenção de enfermidades. Portanto, é essencial que todos estejam envolvidos nesse esforço
integrado de combate à dengue e outras doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti”, reforça a
diretora.