Inovações

Pesquisadores testam molécula presente em veneno de escorpião para identificar tumores cerebrais

A versão sintética do aminoácido, composto encontrado no veneno dos escorpiões, está sendo testada por pesquisadores do Centro Médico Cedars-Sinai, de Los Angeles, Estados Unidos, para identificar tumores cerebrais. A técnica utiliza a proteína para visualizar, de maneira mais clara e eficaz, os crescimentos de tumores malignos do cérebro dos pacientes.

Processo

O teste utiliza uma câmera especial e de alta sensibilidade com luz semelhante ao infravermelho. O aparelho atua com o auxílio do agente tozuleristide, conhecido também como BZL-100 – uma molécula que ilumina células cancerígenas para facilitar a sua retirada durante as cirurgias. “Com essa fluorescência, você enxerga o tumor com muito mais clareza porque acende como uma árvore de Natal”, disse em nota Adam Mamelek, doutor de medicina e responsável pelo teste clínico.  Se o BLZ-100 for identificado pela câmera – que foi desenvolvida pelo próprio hospital – é possível que o neurocirurgião identifique os limites entre o tumor e o tecido cerebral que não está infectado, o que aumenta consideravelmente as chances do tumor ser retirado sem que outras partes sejam afetadas durante o procedimento cirúrgico.

O primeiro processo de avaliação contou com a participação de 17 pacientes com tumores cerebrais, que receberam doses variadas de BLZ-100 antes da cirurgia. Independente da quantidade do agente aplicado em cada pessoa, a maioria dos tumores fluoresceu. Um dos pontos mais importantes da pesquisa nesta primeira etapa é que, após um mês de monitoramento, nenhum dos pacientes apresentou respostas negativas para a solução injetada, o que significa que o sistema é confiável.

Mais avaliações

Apesar de todos os avanços obtidos pelo Centro Médico Cedars-Sinai durante a primeira fase do teste clínico, outros procedimentos serão realizados para que o composto seja aprovado pela Agência Federal Food and Drug Administration. Adam Mamelek garante que os resultados obtidos até então são promissores. A próxima fase das avaliações está em andamento e será aplicada em até 14 locais dos Estados Unidos. Essa etapa incluirá tumores cerebrais pediátricos para a realização dos testes.  Os médicos envolvidos no projeto esperam que a técnica que está sendo estudada auxilie, também, na identificação de outros tipos de câncer.

Fonte: Exame

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