Tecnologia desenvolvida por startup brasileira promete aposentar as cápsulas
O fim das cápsulas está próximo. É isso que promete a startup brasileira Yosen Nanotechnology, que desenvolveu uma tecnologia de nanopartículas capaz de aposentar as cápsulas, muito utilizadas no setor alimentício e de suplementação. A startup está sediada no Supera Parque, localizado na USP, em Ribeirão Preto.
Inovação
O que hoje precisa ser encapsulado poderá ser aplicado livremente em qualquer produto, como um copo de água ou suco, inclusive sem deixar resquícios, seja de cor ou aroma. Com a tecnologia, até mesmos óleos são diluídos em água. O sistema inovador promete ainda aumentar a absorção de nutrientes em até dez vezes, em alguns casos.
As nanopartículas desenvolvidas pela empresa podem ser incorporadas em qualquer alimento, seja líquido, sólido ou semissólido. Dessa forma, um suplemento alimentar como o ômega 3, por exemplo, poderá ser diluído pela indústria em seus produtos, como alimentos.
Também pode ser ingerido diretamente ou adicionado pelo próprio consumidor aos produtos que ele usa. “O consumidor poderá adicionar o ômega 3 ao seu suco, por exemplo. E uma empresa interessada em enriquecer o seu produto com ômega 3 poderá adicionar facilmente as nanopartículas na sua fórmula”, conta Gustavo Cadurim, CEO da empresa e farmacêutico-bioquímico formado pela USP.
Nanotecnologia
Ele explica que o uso da nanotecnologia pelo setor alimentício é uma tendência de inovação..“Com o surgimento de startups no setor, existe grande expectativa em produtos inovadores, com ganhos expressivos de qualidade e economia”, diz o CEO. “Trazemos para o mercado a tecnologia NutraSolve, que substitui as cápsulas e comprimidos, utilizados em suplementação, por algumas gotas do produto.”
Para garantir o processo industrial, a Yosen tem uma planta de fabricação própria, com capacidade para entregar grandes volumes de produtos. A empresa também atua e tem projetos na área farmacêutica, cosmética, veterinária e agroquímica.
Economia para o consumidor
Segundo Cadurim, o sistema permitirá um ganho de competitividade para a indústria brasileira e economia para o consumidor. O preço de produtos que usam a tecnologia, que serão fabricados no Brasil, deve ser até 50% menor do que similares fabricados hoje fora do País.
A técnica é revolucionária, pois a empresa utiliza apenas ingredientes naturais construindo sistemas de liberação inteligentes, incorporando uma alta concentração de nutrientes, mantendo o produto transparente e solúvel em água.
“Com esta tecnologia, conseguimos aumentar muito a absorção dos nutrientes, em até dez vezes, reduzindo o tamanho da dose. Também melhoramos a estabilidade dos ingredientes ativos e podemos mascarar o sabor e o odor desagradáveis. Tudo isso utilizando apenas ingredientes naturais, livre de polímeros ou tensoativos sintéticos, usados pela maioria das empresas do setor”, ressalta.
Gustavo Cadurim explica que a nanotecnologia movimentou 300 milhões de dólares em 2018, somente na área da saúde. “Com a nova tecnologia, poderemos auxiliar o desenvolvimento de produtos verdadeiramente inovadores, elevando a qualidade de vida dos consumidores”, ressalta.
Isso porque o pequeno tamanho das partículas, em escala nanométrica, permite uma absorção muito maior dos nutrientes, podendo reduzir sua dose. “Desta forma, ao invés de ingerir unidades de cápsulas ou comprimidos de um nutriente, os consumidores podem adicionar apenas algumas gotas desses nutrientes em água ou qualquer outra bebida; além disso, podem ser adicionados em qualquer alimento, facilitando a incorporação dos nutrientes pela indústria alimentícia.”
Premiação
A startup nascida em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, foi vencedora do prêmio Start Up Innovation Challenge, da Food Ingredients South America – FISA, em 2018, principal evento de negócios alimentícios da América Latina, sediada em São Paulo.
Em 2019, a empresa participa como expositora na maior feira de ingredientes alimentícios da América Latina (FISA), onde apresentará suas soluções em nanotecnologia para os consumidores e indústria, proporcionando uma experiência inovadora e esperando que mais empresas conheçam essa possibilidade de aplicação em seus próprios produtos.
Fonte: Jornal da USP
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