Inteligência artificial auxilia correção de mais de 297 mil redações na rede SESI
Principais vantagens do uso da Letrus em sala de aula são aprimorar a escrita dos estudantes e otimizar o tempo dos professores. 120 mil alunos das escolas SESI já utilizam a plataforma
Assistentes virtuais, plataformas de streaming, games e reconhecimento facial. Todos esses são exemplos de serviços que utilizam a Inteligência Artificial (IA) para facilitar o nosso dia a dia. A tecnologia deixou de ser uma realidade distante, presente apenas no mundo da ficção científica, para fazer parte da rotina, inclusive nos processos de ensino e aprendizagem.
Na educação, o principal ganho é a otimização do tempo. Com a IA em sala de aula é possível criar programas que reduzem a burocracia de alguns processos educacionais, o que permite que professores e alunos sejam mais produtivos.
O Letrus é uma dessas soluções. O Programa de Letramento Letrus apoia no desenvolvimento da escrita e contribui para aprimorar a produção de redação dos estudantes. Implementado em 2022 nas escolas do Serviço Social da Indústria (SESI) de 22 estados, o projeto atende mais de 120 mil alunos da rede, dos anos finais do ensino fundamental e do ensino médio, e já registrou 297,5 mil redações corrigidas desde então.
“Observei uma mudança muito grande no meu desempenho. Com a Letrus, obtenho feedbacks como contagem de palavras, conectivos, períodos e análise das competências, que me ajudam a entender e melhorar a escrita de uma redação”, declara a estudante Ingrid Kauane, 16 anos, do Escola SESI João Gilberto, Bahia.
Letrus na prática
O Programa Letrus potencializa o processo de escrita com o uso da IA. Por meio dele, é possível avaliar textos dissertativos usando os mesmos critérios das competências adotadas pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Funciona da seguinte forma: na plataforma, os estudantes escrevem seus textos e recebem revisões imediatas, com correções e orientações individualizadas. Por sua vez, o professor recebe gráficos que apontam as evoluções da turma e de cada aluno. Entenda um pouco mais no vídeo abaixo.
A ideia é que professores e estudantes tenham um diagnóstico em mãos sobre os principais tópicos a serem trabalhados para melhorar a correção e a escrita. Docentes, antes sobrecarregados com páginas e páginas de redação para corrigir, ganharam mais margem para gerenciar o tempo.
“Na parte das correções, a ferramenta auxilia muito o professor, principalmente quando são turmas grandes. Na da sala de aula, vemos um movimento de levar a inteligência artificial por meio de jogos, programas de computador, robótica. Todas essas ferramentas são de extrema utilidade e necessidade nesse novo cenário que estamos vivendo”, destaca Luis Carlos, professor de língua portuguesa do SESI João Gilberto.
O educador pontua ainda a importância do Letrus após o período da pandemia, em que os alunos tiveram aulas on-line. Agora eles precisam retomar o processo da escrita.
“A cada redação podemos observar o aumento dos níveis. Eles iniciam com aquela insegurança por ser o primeiro texto, logo depois, se sentem mais seguros e vão aperfeiçoando o processo de escrita”.
Os gêneros textuais, temas e critérios de avaliação variam para cada etapa de ensino. Para as turmas de 6º, 7º e 8º ano do ensino fundamental, os textos são avaliados com base em aspectos ortográficos e gramaticais, coesão e coerência, desenvolvimento da proposta, entre outros.
Já para o 9º ano e turmas do ensino médio, são utilizadas as cinco competências de avaliação do Enem: domínio da língua portuguesa; compreensão da proposta da redação e aplicação de conceitos das várias áreas de conhecimento; seleção, organização e interpretação das informações; conhecimento dos mecanismos linguísticos para argumentar; e proposta de solução para o problema