Hoje Tem Marmelada? Tem Sim Senhô!
Diversos são os nomes utilizados para designar a figura do palhaço, tão presente nos cotidianos e imaginários dos mais vários públicos, dos Teatros de rua ao Cirque du Soleil. Pensando na importância desta criação cênica, em 1981, a empresa Abracadabra Eventos inicia, em São Paulo, um movimento de valorização destes artistas que continuam levando gerações às lágrimas de tanto rir.
O Centro de Memória do Circo, sob coordenação de Verônica Tamaoki, está de portas abertas para mostrar os trabalhos realizados em sua oficina Saberes do Circo. A mostra está em cartaz no Centro de Memória do Circo e permanece em exposição permanentemente. Dentre os materiais concedidos, destaca-se o do palhaço Polydoro, considerado um marco na história dos palhaços brasileiros.
Centro de Memória do Circo
Av. São João, 473 – Centro
Galeria Olido – Sobreloja
Sobre o Centro de Memória do Circo
Um dos poucos museus que se dedica à arte de cuidar e mapear o acervo de circos e palhaços da cidade de São Paulo possui uma belíssima exposição interativa, com a história do Circo no Brasil e acervos pessoais cedidos de famílias circenses. No local também são realizadas oficinas e eventos relativos ao tema.
Seu horário de funcionamento inclui as segundas-feiras, mantendo a tradição de artistas e circenses que costumavam se encontrar neste dia da semana, (por ser o dia dedicado ao descanso dos circenses) no chamado Café dos Artistas, localizado nos arredores do Largo do Paissandú. Nestes encontros, eram tratados alguns negócios referentes aos artistas e seus circos, incluindo-se a contratação ou troca de artistas entre os mesmos.
Sobre o Palhaço
Segundo a etimologia, apalavra pagliacci, deriva de palha, que era o enchimento usado para compor as roupas dos antigos palhaços, permitindo que os mesmos caíssem suscitando risos da plateia. Outros nomes, salvo algumas diferenças apontadas por estudiosos são usados para designar esta figura: Excêntricos, Bobo, Clown, Bufão, Tony de Soirée, Arlequim, Pierrô, Augusto, Branco, Mateus, Bastião… Apesar da variedade de nomes entre as suas atuações, destaca-se que a função de fazer rir ultrapassa gerações e culturas, sendo apontada como uma das atividades mais antigas do homem, além do fato de que o homem é o único animal que tem consciência de seu riso.
O palhaço carrega em si o erro, não está preocupado em acertar, ou melhor, corrige seu erro com outro erro, entrando em uma situação cada vez mais cômica. Podendo trabalhar sozinho, em duplas ou trios. Quando atua só, o palhaço pode contracenar com o mestre de pista, conhecido em alguns lugares como Senhor Loyal, que faz o papel de Branco. Em duplas estabelecidas, geralmente os palhaços apresentam características que são alternadas ao longo do espetáculo, de acordo com o jogo de relação com o público: O Branco, às vezes chamado de Clown em geral será visto como aquele que designará alguma atividade (em geral absurda ou simples) para o Augusto. Este, mais atrapalhado, será incapaz de realizar o mais simples pedido, mas tentará fazê-lo de toda forma atrapalhando-se todo. O que, em geral acaba ganhando a graça da plateia. Em alguns momentos da história, é possível encontrar um trio de palhaços formado por Branco, Augusto e Contra-Augusto.
O exemplo mais famoso é o trio da família Fratellini, tradicional família circense na França, que também contou com uma das primeiras duplas de mulheres palhaças, Annie e Valérie Frattellini e uma das primeiras escolas de Circo, a l’École de Cirque em 1974. No Brasil, as Escolas de Circo e algumas mulheres palhaças começam a aparecer, sobretudo no Sudeste, em especial na cidade de São Paulo, em torno da década de 1980.
* Artigo de Sarah Monteath