QG das Minas: projeto paulistano cria oportunidade profissional para novas DJs

Coletivo capacita e abre espaços para profissionais de diversos estilos musicais

O mercado de trabalho ainda está longe de oferecer oportunidades igualitárias para homens e mulheres, e não é diferente no segmento musical. De acordo com dados levantados na pesquisa “Mulheres na Indústria da Música no Brasil“, realizada pelo Data SIM (Semana Internacional da Música), 84% das brasileiras ligadas ao setor musical já foram discriminadas no ambiente de trabalho. Esse número alerta para uma realidade que precisa ser transformada e que, graças a diversas iniciativas das próprias mulheres em todo o mundo, tem começado a caminhar para uma positiva e essencial mudança. Uma dessas iniciativas é o projeto denominado “QG das Mina”, criado pela DJ e produtora cultural Vivian Marques, paulistana veterana dos toca-discos.

Espaço de atuação

O projeto coletivo nasceu de um ciclo de oficinas de iniciação no universo da discotecagem, ministradas por Vivian, exclusivamente para mulheres. 

“Ao dar o curso para as diversas turmas de alunas e vivenciar o dia a dia ali com elas, ouvindo as dificuldades e obstáculos que cada uma enfrentava, vi que também eram problemas que eu mesma acabava enfrentando, mesmo tendo 14 anos de mercado musical”, relata Vivian. “Foi aí que me veio um click, um estalo, e pensei: é o momento de unir forças às minhas alunas e, juntas, ampliarmos os espaços de atuação.”

Gerações de mulheres DJs

A ideia do projeto gira em torno da representatividade feminina e da troca intergeracional, com o intercâmbio de experiências e conhecimentos. “O QG é um coletivo feminino que tem o intuito de promover encontros sonoros entre mulheres de diferentes gerações. Além disso, de evidenciar a relevância feminina dentro da Cultura do(a) DJ”, ressalta Vivian Marques. 

Com 20 integrantes, o QG das Mina não só busca a conexão entre eventos, casas e profissionais como também atua capacitando mulheres. “Além das discotecagens, também oferecemos workshops e oficinas técnicas, com prática em diferentes setups de discotecagem”, afirma Vivian. De acordo com ela, o coletivo deseja ver as mulheres cada vez mais preparadas e prontas para assumirem os seus próprios lugares.