Tecnologia para escutar: o combate a um mal invisível
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App para pessoas com deficiência auditiva equilibra o som no fone de ouvido
A perda auditiva prejudica capacidade de se comunicar e interagir com o mundo. Mas você sabia que só uma em cada 40 pessoas com perda auditiva tem acesso ao aparelho?
A pergunta é feita em tom de provocação por Ezequiel Escobar, um dos fundadores do uSound, o equipamento que deu origem ao aplicativo com mesmo nome. Ele transforma celulares em aparelhos que amplificam e equalizam o som para quem tem baixa audição.
Escobar e outros três estudantes de engenharia da informática da Universidade Católica de Santiago del Estero, em Jujuy, 1.500 km ao norte de Buenos Aires, criaram o app que está sendo usado por nove mil pessoas com problemas auditivos.
O software, presente em 152 países, tem versões em português, espanhol, inglês e chinês para smartphones com Android e iOS. É uma opção para quem não pode pagar por um aparelho. No Brasil, o preço de um aparelho auditivo varia de 2 mil a 15 mil por unidade (não é vendido em par como óculos), segundo a pesquisa feita esse ano pelo site Crônicas da Surdez.
“O mundo da acessibilidade está em transformação por causa do avanço da tecnologia e também pela lógica de quem paga por essas soluções. Em JuJuy, o governo local vai entregar mil smartphones com uSound completos instalados para pessoas que não têm condições de bancar esse custo”, diz Rafael Hugo Rodriguez, cofundador da uSound. Na Argentina o aparelho chega a custar R$ 26 mil.
Teste e compre
A startup conta que cerca de nove mil pessoas usam o uSound atualmente, com média de quatro horas diárias. O aplicativo soma 250 mil downloads. São 14 dias para teste grátis e depois é necessário pagar US$ 30 (cerca de R$ 100) por ano.
Como funciona
O uSound usa o microfone do celular para captar os sons do ambiente e ajusta esse áudio para cada usuário. A ferramenta calibra o áudio na frequência que o usuário precisa, a partir de um exame auditivo feito pelo app durante a configuração inicial. “É uma solução para pessoas com deficiência auditiva que têm a capacidade de escutar”, explica Rodriguez.
São Paulo tem aparelho grátis
Em São Paulo, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) oferece, gratuitamente, aparelhos auditivos aos pacientes assistidos pela rede de saúde municipal. Qualquer pessoa com suspeita de perda auditiva deve comparecer à Unidade Básica de Saúde (UBS) mais perto de onde mora ou trabalha. O paciente será encaminhado a uma das 16 unidades do Núcleo Integrado de Saúde Auditiva (Nisa) e passará por avaliação pelo otorrinolaringologista.
Entre a chegada ao serviço e o recebimento do aparelho de surdez, o prazo é de seis meses – sendo o último destinado aos testes práticos com o equipamento. O paciente deve comparecer periodicamente ao Nisa. Após quatro anos de uso, adultos têm direito à troca de aparelho. Para crianças, esse período é de até dois anos. (Com agências)
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